8.11.07

Black Box - cui cui box no trama


cui cui box
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A cui cui box é uma caixa de música. Uma estrutura de madeira, cartão e fita-cola, com um potente sistema de som, um portátil, no máximo 20 pessoas e 20 minutos da melhor música electrónica.
É uma "cosy" party, instantânea, esquizofrênica, quase claustrofóbica. Uma caixa que se vai agitando freneticamente ao som das batidas electrizantes da música. Até que, subitamente, alguém irrompe pela cobertura, lança o grito final e a caixa implode entre braços, pernas, cabeças, corpos que pontapeiam, que se enconstam e que empurram ao mesmo tempo que dançam.

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Espécie de exorcização total, de libertação atravês da música, de exaltação do corpo comprimido sob a caixa e sob o espaço que o envolve. Aqui não basta dançar, é preciso destruir o suporte, aniquilar o espaço comprimível - a caixa, a micro-cidade. O corpo é instrumento da extroversão psico e da descompressão física do espaço que o encerra.

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A caixa, o suporte arquitectónico, participa nessa metamorfose humana de libertação. Ela mesmo se liberta da sua condição física de solidez e estabilidade. A caixa acompanha o movimento dos corpos, mexe-se, vibra, as batidas da música reconfiguram sucessivamente a sua forma até ao extâse total. Cada instante produz sucessivamente um evento de espaços novos, os corpos devoram a caixa até ao momento final. O fim da música é o fim da caixa. A dizer: a caixa sem música, sem corpos, sem movimento, não faz sentido. Arquitectura sem ocupantes, não é arquitectura.
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*[Pedro Bismarck]

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