#Os weinachtsmarkt em Berlim. Estruturas de lazer natalícias para os habitantes da cidade#
Em Berlim, por estes dias de natal, podemos ir beber vinho quente, comer algodão-doce, olhar viciadamente para as barracas repletas de bombons, sentir o cheiro a guloseimas no ar e comprar alguns presentes. Está tudo nesses mercados [weinachtsmarkt]. Fazem parte da rotina natalícia da cidade. Não são bonitos, nem feios, nem pirosos, nem chiques, nem manhosos. Se há qualidade nos alemães, é fazerem as coisas com um certo charme, sem ser preciso encher o olho. O espectáculo está no prazer que sentimos em estar lá, em ver pessoas, sentir que fazemos parte da cidade.
Aqui, como em muitas outros sítios cedo se percebeu que as cidades mais do que simples contentores de pessoas, bens ou edifícios, são geografias vivas [parafraseando o titulo de uma exposição de Gonçalo Byrne]. São cartografias transbordantes, de acontecimentos, de eventos diários que se sucedem, multiplicam e que constroem a paisagem diversificada da cidade. Percebeu-se, também, que se não se promovessem estratégias criativas de lazer e bem estar nas cidades, que estas acabariam por sucumbir face às rápidas mudanças sociais das últimas décadas.
No Porto, as coisas acontecem de forma estranha, se por um lado, finalmente a CMP se resolveu a oferecer algumas infra-estruturas interessantes, tudo aparece feito de uma forma "abandalhada", como se tivesse sido tudo feito à pressa, sem charme, sem prazer. Aposta-se mais no espectáculo, do que em estruturas realmente importantes. Há muita luz, mas poucas estruturas para as pessoas que vivem na baixa. Pouca imaginação e criatividade. Há um certo provincianismo, talvez devessemos aprender com outros exemplos. A árvore traz visitantes, mas não traz habitantes! E é isso que a cidade precisa!
opo
*pedro bismarck [opozine]
imagens [opo e http://www.flickr.com/photos/killerwurm/]