V. Jaisalmer ou a princesa do deserto
E depois de Udaipur, o deserto (que se prolonga muito para além do outro lado dessa linha imaginária a que alguns chamam fronteira e que foi traçada há pouco mais de 50 anos). Do outro lado, o Paquistão. Aqui, somos nós no último reduto antes dessa extensa superfície de areia – Jaisalmer.
Existe algo nessas cidades que se constroem da cor da terra, da cor dos homens, da cor do tempo. O ocre domina a paisagem, entre os vermelhos, laranjas, azuis-turquesa, verdes, todos os verdes, desses tapetes, dessas roupas, desses olhares que nos interrogam por entre as ruelas labirínticas.
Cidade de comerciantes, de negócios, das grandes rotas do ópio e da seda, das especiarias. Entre a Europa e a China os caminhos percorriam-se por estas longínquas paragens. E da areia fina, como a areia de uma ampulheta, nasceu esta cidade, magnificamente trabalhada e construída pelas mãos mais delicadas, nessa luta derradeira contra o deserto.
Mas a cidade morre afogada, porque o excesso de captações de água com o aumento do turismo e de hotéis assim como os novos lagos artificiais, tem vindo a destruir as suas frágeis fundações. Demasiada água para uma cidade construída sobre essa ausência. Sobreviveu até hoje entre o calor abrasador e a areia, e assim sobreviverá, Jaisalmer, nome eterno da mais bela e desconhecida princesa do deserto. Tão bela quanto a minha imaginação. Jaisalmer existirá?
E depois de Udaipur, o deserto (que se prolonga muito para além do outro lado dessa linha imaginária a que alguns chamam fronteira e que foi traçada há pouco mais de 50 anos). Do outro lado, o Paquistão. Aqui, somos nós no último reduto antes dessa extensa superfície de areia – Jaisalmer.
Existe algo nessas cidades que se constroem da cor da terra, da cor dos homens, da cor do tempo. O ocre domina a paisagem, entre os vermelhos, laranjas, azuis-turquesa, verdes, todos os verdes, desses tapetes, dessas roupas, desses olhares que nos interrogam por entre as ruelas labirínticas.
Cidade de comerciantes, de negócios, das grandes rotas do ópio e da seda, das especiarias. Entre a Europa e a China os caminhos percorriam-se por estas longínquas paragens. E da areia fina, como a areia de uma ampulheta, nasceu esta cidade, magnificamente trabalhada e construída pelas mãos mais delicadas, nessa luta derradeira contra o deserto.
Mas a cidade morre afogada, porque o excesso de captações de água com o aumento do turismo e de hotéis assim como os novos lagos artificiais, tem vindo a destruir as suas frágeis fundações. Demasiada água para uma cidade construída sobre essa ausência. Sobreviveu até hoje entre o calor abrasador e a areia, e assim sobreviverá, Jaisalmer, nome eterno da mais bela e desconhecida princesa do deserto. Tão bela quanto a minha imaginação. Jaisalmer existirá?
+Pedro Bismarck