Durante a noite o Porto arrefece.
Sentados na esplanada a ver passar o companheiro soturno e prateado,
encaminhados nas sensações, aceitam o silêncio naquela eternidade.
Às vezes ofendem-se, falam da ribeira, do rio, das noites serenas,
pouco coloridas a deixar escapar alguns brilhos pendurados,
nas varandas apertadas. Fazem lembrar dias de festa.
Têm uma missão - aguentar a madrugada.
Cafés fechados, o pessoal a debandar, a escadaria diminuída, gritaria quase nada,
nem dor, nem odor, nem esperança à janela, restam alguns miúdos
que insistem em fumar a despedida.
De vez em quando, entre o ferro e o granito espreitam os vigilantes.
Os visitantes adiam o fim.
Fazem retratos de colisões para marcar outros tempos e abandonam
o morno entardecer.
Sentados na esplanada a ver passar o companheiro soturno e prateado,
encaminhados nas sensações, aceitam o silêncio naquela eternidade.
Às vezes ofendem-se, falam da ribeira, do rio, das noites serenas,
pouco coloridas a deixar escapar alguns brilhos pendurados,
nas varandas apertadas. Fazem lembrar dias de festa.
Têm uma missão - aguentar a madrugada.
Cafés fechados, o pessoal a debandar, a escadaria diminuída, gritaria quase nada,
nem dor, nem odor, nem esperança à janela, restam alguns miúdos
que insistem em fumar a despedida.
De vez em quando, entre o ferro e o granito espreitam os vigilantes.
Os visitantes adiam o fim.
Fazem retratos de colisões para marcar outros tempos e abandonam
o morno entardecer.
*por Ana Maria [Artista Plástica/Professora de Filosofia]