Apenas para informar que está já disponível [ver site do manifestobolhão], uma petição disponível na Internet e no próprio Mercado do Bolhão [nas bancas dos comerciantes] para entregar na Assembleia da República contra a demolição de todo o interior do Mercado do Bolhão.
Volto a referir que do meu ponto de vista e penso que daqueles que assinam esta petição, pretende-se, sobretudo, salvaguardar o interesse patrimonial, histórico e urbano do edifício. Requalificar o Bolhão sem que ele perca os seus aspectos mais atractivos: ser um Mercado e ser um ícon cultural e turístico - uma marca da cidade (e potencialmente bem rentável). É pura ilusão, pensarmos que vamos de facto resolver o problema da Baixa com um sem número de shoppings (âncoras como lhes chamam na CMP), e que isso é que é ser europeu e ser contemporâneo. Manter o Bolhão como está mas introduzir novas valências, nova lojas de produtos biológicos, pequenos restaurantes, estender a oferta, criar um polo de produtos "frescos" para portuenses e visitantes, mantendo a configuração actual do mercado. A solução do Bolhão já lá está, mas como diz o arquitecto Alexandre Burmester, parece ser difícil ser simples por aqui.
Não se trata de embirração (lá estão aqueles tipos sempre contra tudo...), a requalificação é necessária ninguém duvida. Trata-se sim do nosso dever de participar no projecto global daquilo que queremos que seja a nossa cidade. Uma cidade diversificada, renovada, competitiva, culturalmente atractiva, mas que mantenha os seus icons, o seu património, as suas tradições, a sua marca. Após o fracasso das décadas urbano-demolidores dos grandes planos da modernidade, percebeu-se que as cidades são corpos vivos, dinâmicos, activos, muitas vezes de génio improvável. Não são riscos num papel, nem cores num mapa, mas sim, substratos activos de coisas, de fluxos, de matérias, de tempo. A cidade não é apenas um aglomerado de casas, mas uma rede solidária de vontades, de projectos colectivos, elas são aliás, a história materializada desses projectos; o museu mais proficuo da nossa identidade, do nosso ser, daquilo que construímos, daquilo que ambiciona-mos e desejamos outrora. É este o potencial e a lição histórica das cidades e do Porto e por isso o nosso dever duplo de as sabermos construir mas também preservar.
Fica, o dever de participar e construir a nossa cidade e que este corpo diversificado e complexo não se transforme num simples projecto politico-económico de um qualquer.
*Pedro Bismarck [opozine]
PS. Para aqueles que mantêm as dúvidas aqui ficam alguns links para conhecer melhor o projecto da empresa TCN:
- O Bolhão e o projecto da TCN [opozine]
- Promotora diz que demolição do interior do Bolhão é uma "inevitabilidade" [JPN]
- Mercado do Bolhão [TCN]
Volto a referir que do meu ponto de vista e penso que daqueles que assinam esta petição, pretende-se, sobretudo, salvaguardar o interesse patrimonial, histórico e urbano do edifício. Requalificar o Bolhão sem que ele perca os seus aspectos mais atractivos: ser um Mercado e ser um ícon cultural e turístico - uma marca da cidade (e potencialmente bem rentável). É pura ilusão, pensarmos que vamos de facto resolver o problema da Baixa com um sem número de shoppings (âncoras como lhes chamam na CMP), e que isso é que é ser europeu e ser contemporâneo. Manter o Bolhão como está mas introduzir novas valências, nova lojas de produtos biológicos, pequenos restaurantes, estender a oferta, criar um polo de produtos "frescos" para portuenses e visitantes, mantendo a configuração actual do mercado. A solução do Bolhão já lá está, mas como diz o arquitecto Alexandre Burmester, parece ser difícil ser simples por aqui.
Não se trata de embirração (lá estão aqueles tipos sempre contra tudo...), a requalificação é necessária ninguém duvida. Trata-se sim do nosso dever de participar no projecto global daquilo que queremos que seja a nossa cidade. Uma cidade diversificada, renovada, competitiva, culturalmente atractiva, mas que mantenha os seus icons, o seu património, as suas tradições, a sua marca. Após o fracasso das décadas urbano-demolidores dos grandes planos da modernidade, percebeu-se que as cidades são corpos vivos, dinâmicos, activos, muitas vezes de génio improvável. Não são riscos num papel, nem cores num mapa, mas sim, substratos activos de coisas, de fluxos, de matérias, de tempo. A cidade não é apenas um aglomerado de casas, mas uma rede solidária de vontades, de projectos colectivos, elas são aliás, a história materializada desses projectos; o museu mais proficuo da nossa identidade, do nosso ser, daquilo que construímos, daquilo que ambiciona-mos e desejamos outrora. É este o potencial e a lição histórica das cidades e do Porto e por isso o nosso dever duplo de as sabermos construir mas também preservar.
Fica, o dever de participar e construir a nossa cidade e que este corpo diversificado e complexo não se transforme num simples projecto politico-económico de um qualquer.
*Pedro Bismarck [opozine]
PS. Para aqueles que mantêm as dúvidas aqui ficam alguns links para conhecer melhor o projecto da empresa TCN:
- O Bolhão e o projecto da TCN [opozine]
- Promotora diz que demolição do interior do Bolhão é uma "inevitabilidade" [JPN]
- Mercado do Bolhão [TCN]