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#Teatro Romano de Sagunto [Projecto de Reconversão por Giorgio Grassi e Manuel Portacelli]
O tribunal Supremo, em Espanha, decidiu ao fim de um longo processo litigioso ordenar a reversão do Teatro Romano em Sagunto. Em que consiste? Basicamente Tentar repor as ruínas originais sobre as quais se construiu o projecto do arquitecto italiano Giorgio Grassi e o arquitecto valenciano Manuel Portacelli. Claro que isto implica destruir umas das obras mais paradigmáticas do percurso de Grassi. Que pensar disto tudo? Qual é a necessidade e o objectivo deste acto? Este projecto é uma leitura de de alta qualidade do programa romano. O teatro. É uma reconstrução do volume, da função, mas não da linguagem. Não se torna pastiche. Mas os opositores defendem a ruína como futuro, e criticam o facto de este tapar a vista do castelo na cidade baixa. Claro é que quando existia o teatro em toda a sua opulência esta vista também não existia, ou sequer não existia muralhas. Transponho esta questão para o projecto recente de Fernando Távora para a casa dos 24 no Porto. A intervenção parece ser semelhante no campo teórico. A intervenção sobre ruínas, reconstrução de uma volumetria, a inserção de uma nova peça urbana que contribui a catalização da cidade é comum. Existe em ambos uma libertação dos tratados do restauro que tendem a defender a musealização do património. Um património envolto numa redoma à espera do seu fim.
#Carlos Castro [blog: aprendiz de Pedreiro]